País
Criança fica sem pontas dos dedos na escola. BE, associação de pais e advogados querem explicações
O Bloco de Esquerda questiona o Governo sobre o caso da criança brasileira de nove anos, agredida numa escola em Cinfães, que ficou com parte de dois dedos decepados.
Mariana Mortágua quer saber se o Ministério da Educação está atento a casos de racismo e xenofobia nas escolas. Reconhece que a violência entre alunos "nem sempre tem estas motivações", mas alerta para o aumento de "fenómenos e episódios de violência racista, de violência xenófoba" e defende que, acontecer numa escola, "é especialmente preocupante".
A deputada do BE faz três perguntas ao Governo, entre elas se "o Ministério da Educação tem registo do número de casos de violência em contexto escolar relacionados com xenofobia e racismo?". O Bloco pergunta também se há uma estratégia para prevenção destes fenómenos e se o Governo tem conhecimento deste caso em concreto e se vai "averiguar junto do Agrupamento de Escolas de Souselo".
O caso aconteceu a 10 de novembro, na Escola Básica Fonte Coberta, em Cinfães. De acordo com o relato da mãe da criança, foram os colegas a trilhar-lhe a mão numa porta da casa de banho. A jornalista Camila Vidal escutou as partilhas da mãe, Nívia Estevam, nas redes sociais, onde diz que não era a primeira vez que o filho denunciava ser vítima de bullying na escola.
A Comissão de Proteção de Criança e Jovens de Cinfães também respondeu ao pedido de esclarecimentos da Antena 1, a presidente Joana Santos diz que "a situação será analisada de acordo com a lei de promoção e proteção de crianças e jovens".
Ana Paula Filomeno lamenta ainda que o caso tenha ocorrido num ambiente que deveria ser "seguro e protegido", a escola.
Por envolver crianças, este grupo de advogados pede no entanto contenção, "não é a hora de acusar ninguém", defende a advogada, acrescentando que a prioridade é "apurar" o que aconteceu e se houve negligência da escola ou do Estado português.
A Antena 1 ouviu também a CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais, sobre este caso. Dizem não conhecer o caso em concreto, mas a presidente Mariana Carvalho reconhece que há um aumento da "irritabilidade" dos alunos, que acaba em "extremismo e violência". Os confrontos físicos "também têm aumentado" e por isso, defende Mariana Carvalho, "temos mesmo que dotar as escolas e a comunidade educativa de ferramentas e de recursos para preventivamente conseguirmos atuar" nestas situações.
A CONFAP confirma que tem recebido queixas sobre o crescimento da violência nas escolas e que tem "encaminhado para as entidades" competentes.
A deputada do BE faz três perguntas ao Governo, entre elas se "o Ministério da Educação tem registo do número de casos de violência em contexto escolar relacionados com xenofobia e racismo?". O Bloco pergunta também se há uma estratégia para prevenção destes fenómenos e se o Governo tem conhecimento deste caso em concreto e se vai "averiguar junto do Agrupamento de Escolas de Souselo".
O caso aconteceu a 10 de novembro, na Escola Básica Fonte Coberta, em Cinfães. De acordo com o relato da mãe da criança, foram os colegas a trilhar-lhe a mão numa porta da casa de banho. A jornalista Camila Vidal escutou as partilhas da mãe, Nívia Estevam, nas redes sociais, onde diz que não era a primeira vez que o filho denunciava ser vítima de bullying na escola.
Em reposta à Antena 1, o presidente da Câmara Municipal de Cinfães, Carlos Cardoso, dá conta de que "o diretor do Agrupamento de Escolas de Souselo lhe comunicou telefonicamente a situação em causa" e que a escola já tem em curso um "processo interno de averiguações" cujas conclusões serão comunicadas à autarquia.
A mãe da criança recorreu às redes sociais para pedir ajuda jurídica. As respostas foram rápidas e são agora mais de 20 advogados a acompanhar o caso, membros do grupo de estudos "Saber Direito Portugal".
A advogada Ana Paula Filomeno explica que o objetivo é perceber se as motivações da agressão ao menino foram xenófobas, e "atuar para atender da melhor forma" as necessidades da família. Fala de uma situação "gravíssima em Portugal", onde "o discurso de ódio contra imigrantes tem crescido exponencialmente e o resultado está aí", considera a advogada brasileira.
Por envolver crianças, este grupo de advogados pede no entanto contenção, "não é a hora de acusar ninguém", defende a advogada, acrescentando que a prioridade é "apurar" o que aconteceu e se houve negligência da escola ou do Estado português.
A Antena 1 ouviu também a CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais, sobre este caso. Dizem não conhecer o caso em concreto, mas a presidente Mariana Carvalho reconhece que há um aumento da "irritabilidade" dos alunos, que acaba em "extremismo e violência". Os confrontos físicos "também têm aumentado" e por isso, defende Mariana Carvalho, "temos mesmo que dotar as escolas e a comunidade educativa de ferramentas e de recursos para preventivamente conseguirmos atuar" nestas situações.
A CONFAP confirma que tem recebido queixas sobre o crescimento da violência nas escolas e que tem "encaminhado para as entidades" competentes.